O processo eleitoral de 2024 no município de Jampruca (MG) pode ter seus desdobramentos mais dramáticos nos próximos dias. O atual prefeito Weliston Ferreira de Assis, seu vice Fernando Contin, e o aliado político José Hildeberto Maia são alvos de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que está em fase final de tramitação na 136ª Zona Eleitoral de Itambacuri.
A acusação, feita pela Coligação União por Jampruca, aponta indícios de compra de votos e abuso de poder econômico praticados durante a campanha de 2024. Segundo a denúncia, eleitores teriam recebido transferências via Pix, promessas de benefícios e outras vantagens para votar nos então candidatos da chapa vencedora.
A denúncia ganhou corpo com:
Comprovantes de transferências bancárias feitas por José Hildeberto Maia a eleitores;
Áudios e mensagens em que ele sugere que "ajudas" poderiam continuar após a vitória;
Depoimentos de três eleitores, ouvidos como informantes em audiência, que confirmaram terem recebido ou sido alvos de promessas.
O Ministério Público Eleitoral foi categórico em seu parecer: pediu a cassação dos diplomas de Weliston e Fernando, a inelegibilidade dos três envolvidos por 8 anos e o envio dos autos para apuração criminal.
A defesa do grupo sustenta que:
Os valores repassados foram ajudas pessoais e esporádicas, sem qualquer conotação política;
Não houve participação direta dos candidatos nas supostas irregularidades;
Os áudios e provas digitais são frágeis, não periciados e potencialmente ilícitos;
O processo seria uma tentativa da oposição de reverter o resultado das urnas no tapetão.
Além disso, as alegações finais apresentadas por José Maia argumentam que não existe nos autos prova robusta capaz de sustentar uma condenação, e que a conduta não teve potencial lesivo ou gravidade suficiente para afetar o resultado das eleições.
O processo já passou pela fase de instrução, e aguarda apenas a sentença do juiz eleitoral de Itambacuri, o que deve ocorrer nas próximas semanas.
A depender da decisão, o futuro político de Jampruca poderá ser drasticamente alterado — com cassação de mandatos, inelegibilidades e até possível nova eleição, caso o TRE confirme eventual condenação em segundo grau.
Seguiremos acompanhando. Assim que houver a decisão judicial, traremos uma matéria completa com o desfecho.