A Prefeitura Municipal de Jampruca (MG), realizou nesta sexta-feira (21), o pagamento parcial dos salários referentes ao mês de dezembro de 2024, que estavam atrasados desde o final do ano passado. No entanto, a falta de transparência sobre os critérios utilizados para a seleção dos funcionários beneficiados e a quantidade exata de servidores pagos gerou mais decepção para quem esperava o pagamento.

A gestão atual de Assis da Farmácia (PSDB), havia informado anteriormente a Câmara de Vereadores que não havia empenho de folha de pagamento para o mês de dezembro de 2024. No entanto, documentos obtidos pela reportagem revelam que a folha estava, de fato, empenhada, e que havia um saldo de R$ 77.502,75 nas contas do município ao final do exercício financeiro. O ex-chefe de gabinete da gestão anterior, Flávio Júlio, reforçou que a folha de pagamento estava empenhada e que havia um resumo financeiro indicando saldo parcial para complementação do pagamento dos funcionários.

A falta de clareza nas informações e a demora na regularização dos salários têm causado insatisfação entre os servidores que trabalharam no mês de dezembro, que buscam há mais de 2 meses uma solução para o problema. A folha de pagamento de dezembro soma um total bruto de R$620.589,36 e liquido de R$543.081,62, afetando 216 funcionários, incluindo a ex-prefeita, o vice-prefeito e secretários.

O pagamento parcial realizado hoje não detalhou quantos funcionários foram beneficiados nem quais critérios foram adotados para a seleção. A falta de transparência tem levantado questionamentos sobre a priorização dos pagamentos.

A Câmara de Vereadores de Jampruca, acompanhou o caso, e já havia solicitado informações detalhadas à prefeitura sobre o andamento do pagamento dos servidores. Em ofício enviado em fevereiro, os vereadores pediram esclarecimentos sobre a previsão de quitação dos salários, medidas administrativas adotadas e a existência de um cronograma para os pagamentos. Para alguns vereadores a resposta da prefeitura não foi considerada satisfatória, pois não responde com clareza os questionamentos levantados.

No dia 12 de março, um dia após a Prefeitura enviar o ofício de resposta das informações à Câmara Municipal, uma postagem nas redes sociais da Prefeitura informou que durante os levantamentos realizados pela Assessoria Contábil para quitar os pagamentos da folha de dezembro, foram encontradas supostas fraudes praticadas por agentes públicos da gestão anterior.

As irregularidades supostamente estão relacionadas ao pagamento de abonos pecuniários, que consistem na venda de férias para recebimento de valor extra no salário. De acordo com a publicação, a prática permitia que funcionários tirassem 30 dias de férias, recebessem por isso e também recebessem como se tivessem vendido parte dos dias de férias.

Até o momento, os valores levantados pela gestão atual em pagamentos irregulares para três funcionários somam R$ 33.066,01, em valores brutos. A prefeitura afirmou que todas as informações sobre o caso estarão disponíveis em breve no portal da transparência do município e que o prefeito fará um pronunciamento oficial sobre o assunto.

Enquanto isso, os funcionários que ainda não receberam aguardam uma solução definitiva para o problema. Muitos relatam dificuldades financeiras após meses sem receber seus salários.

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Deixamos este espaço disponível para direito de resposta a gestão atual e a gestão anterior para mais esclarecimentos.