Em tempos de redes sociais inflamadas, onde boatos se espalham como "notícias" antes mesmo de serem checados, o ofício do jornalista exige mais do que urgência — exige responsabilidade. No calor de ocorrências policiais e crimes, esse compromisso se torna ainda mais crucial. Reafirmamos: jornalismo não é fofoca — e não se faz com achismos, mas com apuração rigorosa e respeito aos direitos individuais.
Ser jornalista é um pacto com a verdade factual, conforme o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Isso significa:
Ouvir todos os lados (Art. 12, I), especialmente em casos sensíveis, garantindo o direito de defesa e a presunção de inocência (Art. 9º).
Proteger a privacidade (Art. 6º, VIII), evitando expor detalhes desnecessários ou imagens que humilhem vítimas, testemunhas ou familiares.
Rejeitar o sensacionalismo (Art. 11, II), pois notícia não é espetáculo — é informação com propósito público.
A fofoca, ao contrário, vive de suposições e frases soltas. Dispensa apuração, distorce fatos e banaliza o sofrimento alheio. Quando se disfarça de jornalismo, envenena o debate público e mina a credibilidade da imprensa.
Há quem confunda ter muitos seguidores com fazer jornalismo. Mas a profissão não se mede por likes ou velocidade — e sim por:
Checagem: Cada dado deve ser verificado, mesmo que isso signifique esperar.
Coragem: Contrariar narrativas fáceis e denunciar injustiças, mesmo sob pressão.
Responsabilidade: Saber que cada palavra publicada impacta vidas e a democracia.
Em casos criminais, isso se traduz em:
Nunca expor pessoas em risco (Art. 6º, VI), como vítimas de violência ou testemunhas.
Garantir o direito de resposta (Art. 12, VI) e retificar informações equivocadas.
Combater a desinformação, recusando-se a replicar versões não apuradas.
Jornalista Responsável:
Pedro Henrique Santos Barbosa
0021963/MG